sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Sedução do Mal

@eduardo_thadeu







                                                         A recuperação seria lenta e gradual alertava a bonita médica, além da experiência traumática  estava desidratado  , mas agora sob cuidados de um hospital e bem conceituado ficaria bom, por volta de 17hs estava  sendo aguardada a polícia técnica junto com o psicólogo , eles colheriam o depoimento e todos os  esclarecimentos possíveis , uma das enfermeiras então avisa que o soro  acabou e um novo é rapidamente colocado.  

                                                     No horário agendado chegam juntos o Delegado da Polícia técnica juntamento com o Psicólogo, perguntam pra médica se o paciente já tem condições de prestar o depoimento, recebendo a resposta afirmativa, ambos entram e se deparam  com uma figura impressionante no leito , um ser muito branco e  esquálido e ainda bastante assustado com tudo que viveu, ao receber o sinal a médica pede a ele que fale como tudo começou até o momento final onde  foi resgatado, ele começa:      

           "Sempre gostei de desafios, e no começo  parecia apenas mais um , todos diziam que aquela garota era diferente de todas as outras e eu insistindo dizia que era só tipo, ela evitava a luz do sol, só saia de casa a noite quando ele já havia se posto , conheci muitas assim,  era normal , mulheres que  gostavam de manter a pele clara, mas o povo dizia mais, falavam que desde sua mudança para o novo bairro os cães de toda a  rua  latiam enfurecidos quando ela saia, um arrebentou a  cabeça no portão vindo a morrer depois , mas nunca dei atenção aos papos dos vizinhos , eram velhos que não tinham nada o que fazer a não ser cuidar da vida alheia era uma  forma de sobreviverem. De tanto ouvir resolvi conhecer a tal figura, esperei aguardando na calçada do outro lado da rua o sol se por e 18hs pontualmente o portão da casa se abre, dela sai uma menina que não aparentava ter mais do que 20 anos, toda de preto e com os cabelos longos e soltos , ela não me olhou mas eu a segui e me apresentei foi quando seus olhos me encararam pela primeira vez e da sua boca saiu um pequeno sorriso, disse que iria comprar  chocolates e se gostaria de acompanha-la, jamais recusaria estava interessado em desvendar o mistério , ele falava pouco, respondia de forma monossilábica , mas seu jeito me agradava tinha um perfume que me deixava  tonto e um corpo com as roupas justas que deveria ser maravilhoso, quando voltamos me convidou para entrar, ouvir música, disse que estava só, os pais haviam viajado e voltariam só na semana seguinte. Tudo me parecia magicamente estranho uma luz de abajur iluminava a sala enorme , alguns livros no chão , me convidou pra  conhecer seu quarto,  notei que havia segundas e terceiras intenções no convite e não sou de fugir de uma bela mulher, só vim acordar muito tempo depois e  aqui no hospital  com esse ferimento no pescoço , que passando a mão ainda sinto  dizem que fui encontrado  desacordado e no chão de uma rua distante de casa, mas não lembro de mais nada" O Delegado pergunta se lembra  do ataque que uma outra menina sofreu e que alegava  ter sido ele    

                                                            "Não me recordo, mas nunca fui de atacar ninguém, gosto da conquista e acho que nunca precisei descer tão baixo ,tenho métodos mais requintados" ele pede a enfermeira que traga um espelho seu ferimento no pescoço está incomodando e gostaria de vê-lo  , o Delegado consente com a cabeça e ao receber o espelho nas mãos automaticamente o deixa cair despedaçando-o , agitado e gritando muito afirmava  que não tinha imagem e que não conseguia mais se ver.  
                                                                  sangue nos olhos 

                                                       
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