Todos os caminhoneiros que usavam aquela pequena estrada de acesso, já tinham ouvido falar da Mulher de Branco que aparecia repentinamente no acostamento pedindo carona, alguns ao pararem e abrirem a porta para que ela entrasse , dizem que como aparecia sumia , Alberico não acreditava naquela história,"Uma lenda, nada mais que pura alucinação", e ainda afirmava pra quem quiser ouvir que com ele jamais aconteceria, pois não era cachaceiro como seus colegas de profissão, abstêmio assumido detestava bêbados e bebedeiras , evidentemente era hostilizado pelos demais, e ouvia sempre a mesma frase "Um dia vai acontecer com você também"
Um novo integrante de caminhoneiros surgiu, na verdade uma integrante, Helonilda era como se costumava dizer na estrada "pau pra toda obra" mulher forte que na queda braço ganhava da maioria , com ela não tinha tempo ruim ,nem corpo mole era capaz de trocar pneu do caminhão debaixo de chuva , veio transferida do norte, afirmava que sua resistência e valentia era da farinha que comia em todas as refeições, convocada ela foi numa madrugada pra levar uma entrega importante para a capital, passaria pela estrada de acesso e na central de rádio sempre um plantonista na escuta como suporte, passados 50 minutos da sua ida ,alguém afoito pede socorro pelo rádio, o funcionário de plantão mal conseguiu identificar a voz , mas era Helonilda a mulher Valentia, chorando como uma criança assustada , perguntada sobre o que aconteceu deu o relato " Vinha tudo bem a estrada com visibilidade boa, do nada me surge no meio fio uma senhora de branco, um vestido que parecia com esses aventais de médico, pensei que ia pra capital parei o caminhão e abri a porta do carona, mas não tinha ninguém , fiquei em pânico com as pernas tremendo, segui viagem mas ao desviar de um cachorro do mato , eu ainda nervosa perdi o controle e cai numa pequena ribanceira, não consigo sair daqui o caminhão não pega, me ajuda"
Eram 3h15 da manhã , o plantonista não poderia sair de lá para prestar socorro , ligou para o Alberico que morava perto, e que dentro de mais duas horas estaria ativo para uma entrega, ao ouvir o pedido rapidamente se apresentou , e já criticando "Mulher no volante perigo constante, ainda mais em caminhão, ela tem que pilotar um bom fogão, uma enceradeira" o plantonista informa então que Helonilda também viu a mulher de branco e Alberico completa "Além de mulher metida a macho enche a cara também" e seguiu viagem para socorre-la .Passados 55 minutos a caminhoneira volta a se comunicar com o plantão informando que a ajuda ainda não havia chegado, recebeu a mensagem para ter um pouco de paciência Alberico deveria estar chegando , mais 20 minutos e nada , quando se passou mais 40 minutos achou por bem comunicar o fato ao Chefe, esse ao ser avisado não viu outra alternativa a não ser ele mesmo ver o que acontecia , saiu no encalço dos dois funcionários, acidentada e socorrista, já entrando na estrada de acesso, avistou de longe os faróis ligados e quase no meio da via, era o caminhão de Alberico, ao abrir a porta do motorista se deparou com uma cena inesquecível ,o caminhoneiro morto debruçado no volante e com um vestido branco cobrindo a cabeça.
quem se habilita a uma caroninha?