sábado, 2 de novembro de 2013

O fantasma da estrada


A mulher de branco


                                          Todos os caminhoneiros  que usavam aquela pequena estrada de acesso, já tinham ouvido falar da Mulher de Branco  que  aparecia repentinamente no acostamento pedindo carona, alguns ao pararem  e abrirem a porta para que ela entrasse , dizem que  como aparecia  sumia , Alberico não acreditava naquela história,"Uma lenda, nada mais que  pura  alucinação",  e ainda afirmava pra quem quiser ouvir  que com ele jamais aconteceria,  pois não era cachaceiro como seus colegas de profissão, abstêmio assumido detestava bêbados e bebedeiras , evidentemente  era hostilizado pelos demais, e ouvia sempre a mesma frase "Um dia vai acontecer com você também"

                                          Um novo integrante de caminhoneiros surgiu,  na verdade uma integrante, Helonilda era como se costumava dizer na estrada "pau pra toda obra" mulher forte que na queda braço  ganhava da  maioria , com ela não tinha tempo ruim ,nem corpo mole  era capaz de trocar pneu do caminhão debaixo de chuva , veio transferida do norte, afirmava que sua resistência e valentia  era da farinha que comia em todas as refeições, convocada ela foi numa madrugada pra levar uma entrega importante para a capital,  passaria pela estrada de acesso e na central de rádio  sempre um plantonista na escuta  como suporte,  passados 50 minutos da sua ida ,alguém afoito pede socorro pelo  rádio, o funcionário de plantão mal conseguiu identificar a voz  , mas era Helonilda a mulher Valentia, chorando como uma criança assustada , perguntada sobre o que aconteceu deu o relato " Vinha tudo bem a estrada com visibilidade boa, do nada me surge no meio fio uma senhora de branco, um vestido que parecia com  esses aventais de médico, pensei que ia pra capital parei o caminhão e abri a porta do carona,  mas não tinha ninguém , fiquei em pânico com as pernas tremendo, segui viagem  mas ao desviar de um cachorro do  mato , eu ainda nervosa perdi o controle e cai numa pequena  ribanceira, não consigo sair daqui o caminhão não pega, me ajuda"

                                    Eram 3h15 da manhã , o plantonista  não poderia sair de lá para prestar socorro , ligou  para o Alberico que morava perto, e que dentro de mais duas horas estaria ativo  para uma entrega, ao ouvir o pedido  rapidamente se apresentou , e já criticando "Mulher no volante perigo constante, ainda mais em  caminhão, ela tem que pilotar um bom fogão, uma enceradeira" o plantonista informa então que Helonilda também viu a mulher de branco e Alberico completa "Além de mulher metida a macho enche a cara também" e seguiu viagem para socorre-la .Passados 55 minutos a caminhoneira volta a se comunicar com o plantão informando que a ajuda ainda não havia chegado,  recebeu a mensagem para ter um pouco de paciência Alberico deveria estar chegando , mais 20 minutos e nada , quando se passou mais 40 minutos achou por bem comunicar o fato ao Chefe,  esse ao ser avisado   não viu outra alternativa a não ser ele mesmo ver o que acontecia , saiu no encalço dos dois funcionários, acidentada e socorrista,  já entrando na estrada de acesso, avistou de longe os faróis ligados e quase no meio da via, era o caminhão de Alberico, ao abrir a porta do motorista  se deparou com uma cena inesquecível ,o caminhoneiro morto debruçado no volante e com um vestido branco cobrindo a cabeça.

                                                                 vai dar carona? 


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